Chefe de Estado argentino critica hostilidade de organizadores da Feira Internacional de Livro de Buenos Aires. Recursos e gastos de espaço, segurança, patrocínio (Banco da Nação, El Libro) e negociações afetados. Equipe e fundações implicadas. Lançamento e apresentação afetados.
O presidente da Argentina Javier Milei declarou hoje (1) que desistiu de realizar o lançamento de seu novo livro na Feira Internacional do Livro de Buenos Aires por sentir hostilidade por parte de organizadores e suspeitar de uma possível sabotagem. A previsão era que o novo livro do chefe de Estado argentino, chamado ‘Capitalismo, socialismo e a armadilha neoclássica’, fosse lançado no dia 12 de maio, na área externa do centro de eventos La Rural, onde a feira ocorre há uma semana, sendo um dos principais eventos culturais do país. ‘Não vamos apresentá-lo na Feira do Livro porque minha irmã está conduzindo essa negociação e percebemos um nível de hostilidade em relação a mim e nossa equipe que nos leva a suspeitar de uma possível sabotagem na apresentação’, afirmou Milei em um programa de rádio do jornal El Observador.
O presidente argentino mencionou que a abertura da Feira do Livro foi descrita como ‘violenta’ e destacou que os organizadores estão adotando medidas que indicam uma possível interferência na atividade planejada. Milei expressou preocupação com a situação, observando que os eventos recentes sugerem uma intenção de obstrução da apresentação. A decisão de não participar do evento foi tomada para preservar a integridade da iniciativa e evitar possíveis contratempos decorrentes da sabotagem indicada.
Sabotagem na Feira Internacional do Livro de Buenos Aires
Na última semana, durante a inauguração da Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, a questão do desfalque de patrocínio causou tensão entre os organizadores e o governo. O presidente da Fundação El Libro, Alejandro Vaccaro, expressou sua preocupação com a interferência do Banco de La Nación, que retirou seu apoio financeiro para o evento.
Vaccaro destacou que, historicamente, o governo nacional sempre teve presença e apoio na feira, tornando surpreendente a obstrução do patrocínio nesta edição. As negociações árduas com o Banco de La Nación não impediram a decisão repentina de retirar o suporte financeiro, levando Vaccaro a afirmar que a ordem veio de instâncias superiores, resultando em um desfalque financeiro significativo para a organização.
A ausência de recursos financeiros foi agravada pela necessidade de gastos extras com segurança, o que gerou críticas contundentes por parte dos organizadores. Vaccaro não poupou críticas à situação econômica e cultural atual, apontando para a perda de poder aquisitivo da população e os aumentos excessivos nos preços de alimentos e produtos básicos, tornando o consumo um luxo inacessível para muitos.
A atitude do governo foi vista como uma sabotagem à cultura e às expressões culturais, uma tentativa de desfinanciamento que desafia a resistência e rebeldia de todos os envolvidos na feira. O presidente da Fundação El Libro reforçou a importância do evento como um ponto de encontro e repúdio às políticas devastadoras impostas pelo governo.
Javier Milei, autor do livro em destaque, também se manifestou contra a situação, denominando a abertura da feira como violenta devido às circunstâncias desfavoráveis. Ele ressaltou a necessidade de respeito às diferentes visões e condenou os estímulos a comportamentos inadequados no ambiente cultural.
Diante desse cenário de sabotagem e interferência, a Feira Internacional do Livro de Buenos Aires assume um papel crucial como espaço de resistência e luta contra as adversidades impostas, promovendo a diversidade cultural e a liberdade de expressão em meio a desafios financeiros e políticos.
Fonte: @ CNN Brasil
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