Fiocruz amplia capacidade contra arboviroses com nova biofábrica. Principais tecnologias: Wolbachia, microrganismo contra Aedes aegypti ovos. Parceria com Sec. de Vigilância em Saúde e Ambiente. Produção em Campo Grande, Petrolina, Belo Horizonte, Niterói, Rio de Janeiro, Natal, Uberlândia, Presidente Prudente, Londrina e Foz do Iguaçu. Financiado pelo ministério, apoio de governos locais. Plano de expansão: Wolbachia method versus dengue e outras arboviroses. Parceria com Programa Mundial de Mosquitos (Australia). Produção em Joinville.
O Ministério da Saúde e o governo de Minas Gerais inauguraram hoje, em Belo Horizonte, a Biofábrica Wolbachia. A unidade, administrada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), será crucial para a expansão da produção de Wolbachia method no Brasil, auxiliando no combate eficaz à dengue e outras arboviroses.
Wolbachia, microrganismo encontrado em cerca de 60% dos insetos na natureza, desempenha um papel fundamental na estratégia de combate às doenças transmitidas por mosquitos. A implementação do Wolbachia method contribuirá significativamente para a redução dessas enfermidades, impactando positivamente a saúde da população. É um avanço promissor na área da saúde pública.
Avanços com a Wolbachia Method na Fiocruz
A Wolbachia é um microrganismo presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas ausente naturalmente no Aedes aegypti. O revolucionário método Wolbachia consiste em inserir essa bactéria em ovos do mosquito em laboratório, gerando Aedes aegypti que carregam essa poderosa arma biológica. Os mosquitos infectados pela Wolbachia não conseguem mais transmitir os vírus responsáveis pela dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Nesse contexto, a Fiocruz tem sido uma peça-chave no desenvolvimento e implementação desse avançado método, conhecido como Wolbachia method. A capacidade de produção desses mosquitos portadores de Wolbachia tem sido fundamental para combater as arboviroses, em especial a dengue, no Brasil.
Expansão e Resultados Promissores em Niterói
Em 2015, a cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, foi pioneira ao adotar o método Wolbachia como projeto-piloto. A estratégia se mostrou tão eficaz que, em breve, todo o território municipal estava coberto pelo avançado sistema. Os resultados não tardaram a aparecer: uma redução significativa de cerca de 70% nos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas áreas intervencionadas.
Os dados surpreendentes da cidade de Niterói refletem a eficácia do método Wolbachia no controle das arboviroses. O número de casos de dengue despencou de 158 em 2015 para apenas 12 em 2022, evidenciando o sucesso contínuo dessa abordagem inovadora.
Expansão Continuada e Prevista em Outras Localidades
O prolongado método australiano Wolbachia tem revelado sua eficácia não apenas em Niterói, mas em várias cidades brasileiras. Com o apoio do Ministério da Saúde e parcerias com os governos locais, a Fiocruz tem expandido o programa para municípios como Campo Grande, Petrolina, Belo Horizonte, e outros.
Com um plano de expansão bem definido, a tecnologia Wolbachia está prestes a chegar a mais seis cidades brasileiras, incluindo Natal, Uberlândia, Presidente Prudente, Londrina, Foz do Iguaçu e Joinville. Essa iniciativa faz parte do Programa Mundial de Mosquitos, que conta com o financiamento do ministério e tem como objetivo potencializar a estratégia de combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
A implementação do método Wolbachia exige tempo e esforço contínuo. Embora traga resultados promissores, como visto em Niterói, é fundamental associá-lo a outras ações de controle e prevenção para obter êxito no combate às arboviroses. Mantendo o foco e a determinação, as cidades brasileiras estão pavimentando o caminho para um futuro com menos mosquitos transmissores e mais saúde para todos.
Fonte: @ Agencia Brasil
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