Profissionais incluirão público de 15 a 45 anos na nota técnica sobre tratamento com PrEP para prevenir ISTs e cânceres causados por HPV.
Indivíduos de 15 a 45 anos que recebem Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) serão agora parte do grupo elegível para a vacina contra o HPV – papilomavírus humano. Essa decisão foi comunicada por meio de um comunicado técnico divulgado hoje, 3 de novembro, no site do Ministério da Saúde.
A inclusão dessas pessoas na campanha de vacinação contra o HPV é uma importante medida para ampliar a proteção contra esse vírus, reforçando a importância da imunização e da prevenção de doenças. A vacinação é uma estratégia eficaz para a saúde pública, garantindo a proteção da população contra doenças infecciosas. É fundamental conscientizar a população sobre a importância da vacina e do imunizante para a manutenção da saúde.
Vacina: uma ferramenta essencial na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e cânceres causados por HPV
Com a ampliação das estratégias de imunização, é possível contribuir ainda mais para a prevenção e tratamento das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e cânceres causados pela doença. O enfermeiro Pedro Barbosa, de 25 anos, residente em Uberlândia (MG), destaca a importância dessa inclusão. Iniciando o tratamento com PrEP em 2021 pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ele ressalta a segurança que a vacinação proporcionou em sua saúde sexual, permitindo uma abordagem mais aberta sobre o tema.
A relação entre o HPV e as ISTs é evidente, com a associação do vírus a verrugas nos órgãos genitais e ao desenvolvimento de câncer em diversas regiões do corpo. Além da transmissão sexual, o vírus pode ser passado por contato direto com a pele ou mucosa infectada, sendo mais de 100 tipos identificados, incluindo os 14 considerados de alto risco.
O Estudo Epidemiológico sobre Prevalência Nacional HPV (POP-Brasil) avaliou a prevalência do papilomavírus humano no Brasil, abrangendo homens e mulheres entre 16 e 25 anos sexualmente ativos. Os resultados apontaram uma prevalência geral de 53,6%, com 35,2% apresentando pelo menos um dos genótipos de alto risco. Entre os entrevistados, 50,7% relataram o uso rotineiro de preservativos, enquanto 12,7% mencionaram uma IST prévia.
O acesso à vacina HPV4 para usuários da PrEP é destacado pelo diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e ISTs da SVSA, Draurio Barreira, como uma medida impactante na prevenção das neoplasias relacionadas ao HPV em populações mais vulneráveis às ISTs. Ele ressalta a importância de superar as barreiras sociais, como o estigma, que tornam certos grupos mais suscetíveis ao HIV, ISTs e cânceres associados ao HPV.
A imunização é reconhecida como uma forma segura e eficaz de prevenção da infecção pelo HPV. O SUS disponibiliza o imunizante quadrivalente (HPV4), protegendo contra as principais complicações da doença. O público-alvo abrange crianças, adolescentes, pessoas vivendo com HIV, pacientes oncológicos, transplantados, e vítimas de violência sexual, com esquemas de doses específicos para cada grupo.
O Brasil se destaca na oferta da vacina contra o HPV, com altas taxas de cobertura vacinal. Desde o início da vacinação em 2014, a RNDS registra que 75,8% do público feminino recebeu a primeira dose e 58,2% a segunda. No sexo masculino, com início da vacinação em 2017, a cobertura é de 53,1% na primeira dose, demonstrando avanços significativos na imunização da população contra o HPV.
Fonte: @ Ministério da Saúde
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