Ferreira pediu desculpas por expressão xenófoba relacionada a indígenas em coletiva de imprensa sobre estereótipos em comunidades.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, mencionou que foi contatada pelo Palmeiras e informada sobre o erro do técnico Abel Ferreira. No último sábado (13), após a vitória sobre o Atlético Clube Goianiense por 3 a 1, pelo Campeonato Brasileiro, ele declarou que o time paulista ‘não é uma equipe de erro’. Essa afirmação foi interpretada como falta de respeito.
Em resposta à falha do técnico, a ministra Sonia Guajajara destacou a importância do respeito à diversidade e repudiou qualquer tipo de discriminação. Ela ressaltou que é fundamental combater qualquer forma de preconceito no esporte e na sociedade como um todo. A atitude de Abel Ferreira foi considerada inaceitável e gerou repercussão negativa entre os torcedores e a comunidade esportiva. pedido de desculpas
Reconhecimento do erro e pedido de desculpas às comunidades indígenas
A equipe de comunicação do Palmeiras fez contato com nosso escritório para comunicar sobre a postura do treinador Abel Ferreira, após suas declarações. É crucial destacar o reconhecimento do erro e o pedido de desculpas às comunidades indígenas do Brasil, como mencionado por Guajajara em suas redes sociais. O pedido de desculpas referido pela assessoria do clube foi compartilhado por Abel Ferreira em suas redes sociais na sexta-feira (12).
Repudiar qualquer forma de preconceito e discriminação é fundamental. Infelizmente, existem expressões que continuamos a utilizar sem refletir sobre seu significado. Cometi um erro ao empregar uma dessas expressões durante a coletiva de imprensa. Reconheço que as palavras têm impacto, independentemente da intenção por trás delas. É essencial que todos questionemos, reflitamos e busquemos melhorar constantemente.
Peço desculpas a todos e, em particular, às comunidades indígenas, como expressou o treinador. Também na sexta-feira, a ministra manifestou que as declarações de Abel Ferreira foram ‘inaceitáveis’, por perpetuarem estereótipos sobre os povos indígenas. ‘O técnico do Palmeiras errou gravemente em sua fala. Gostaria de convidá-lo a se aprofundar na história dos povos indígenas do Brasil e na história da colonização de Portugal, seu país de origem, em relação ao Brasil, e como estamos trabalhando para corrigir isso’, afirmou.
Guajajara também mencionou os posicionamentos recentes do governo português, que em junho assinou um Memorando de Entendimento com o Observatório do Racismo e Xenofobia do país, durante a visita da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. ‘O próprio presidente de Portugal reconheceu recentemente que o país foi responsável por diversos crimes contra escravos e indígenas no Brasil. Essa admissão é crucial, pois o reconhecimento desses crimes é o primeiro passo para a implementação de medidas concretas de reparação’.
‘A declaração do treinador naquele momento trouxe à tona a urgência de avançarmos em uma agenda de igualdade étnico-racial como base para a cidadania, com o resgate, a preservação e a valorização da história e dos conhecimentos da cultura afro-indígena do Brasil’, concluiu a ministra.
Fonte: @ Agencia Brasil
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