Formaremos um grupo de trabalho em 30 dias para investigar invasões em contas bancárias, boletos falsos e crimes cibernéticos.
Os crimes financeiros cibernéticos, como fraudes, roubo de senhas e invasão de contas bancárias, afetaram mais de nove milhões de brasileiros apenas no ano passado, com a maioria (57%) conseguindo recuperar o dinheiro perdido, sendo que 28% recuperaram o valor total roubado e 21% receberam uma compensação adicional por danos morais, de acordo com informações da Confederação Nacional de Dirigentes Logistas (CNDL) e do SPC Brasil.
Além disso, os crimes financeiros cibernéticos têm se tornado cada vez mais sofisticados, com os ilícitos financeiros se adaptando às novas tecnologias e estratégias de segurança. É essencial que os consumidores estejam atentos e adotem medidas preventivas para evitar cair em golpes financeiros cada vez mais elaborados.
Acordo de Colaboração Técnica para Combater Crimes Financeiros Cibernéticos
O crescente aumento dos crimes financeiros cibernéticos, especialmente através de Pix ou boletos falsos, impulsionou a celebração de um Acordo de Colaboração Técnica entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A parceria foi oficializada durante a visita do ministro Ricardo Lewandowski à sede da entidade, nesta sexta-feira (23). Após um encontro em almoço com os representantes bancários, o ministro anunciou a iniciativa no centro financeiro da capital paulista.
A parceria terá uma duração mínima de dois anos, com possibilidade de prorrogação por até 60 meses, e reunirá recursos técnicos do governo e dos bancos para atuar em conjunto. A troca de dados técnicos, tecnologias e expertise, juntamente com o treinamento de recursos humanos, será fundamental nesse esforço conjunto. O objetivo principal é encontrar soluções para conter ou reverter o avanço desses crimes, que resultaram em aproximadamente 200 operações e na execução de 445 mandados de busca e apreensão, além de 85 prisões, no período de 2018 a 2023.
O ministro destacou a abrangência da atuação conjunta: ‘Vamos abordar diversos setores, pois nosso intuito é combater não apenas os ilícitos penais, mas também os civis e os praticados contra o consumidor. Temos um objetivo ambicioso, mas contamos com os meios necessários para apresentar em breve propostas de soluções no combate à criminalidade organizada’.
Em até 30 dias, será constituído um grupo de trabalho conjunto, cuja composição ainda não foi detalhada. Entre os objetivos desse grupo estará a criação de uma política pública denominada Estratégia Nacional de Segurança Financeira. O presidente da Febraban, Isaac Sidney, ressaltou a importância do combate ao crime organizado, das fraudes bancárias e de outros ilícitos financeiros como um compromisso de toda a sociedade, não se restringindo apenas ao poder público.
Lewandowski também mencionou a necessidade de atualização da legislação relacionada ao combate à lavagem de dinheiro, incluindo outros crimes como o Garimpo Ilegal e o tráfico de drogas. Ele enfatizou que essa melhoria pode ser alcançada através do trabalho conjunto entre entidades públicas e privadas. Durante o evento, foram destacadas duas parcerias em fase de consolidação, com previsão de oficialização em breve.
Uma dessas parcerias visa a troca de informações, com foco em medidas educativas, preventivas e repressivas contra a criminalidade cibernética e os ataques de alta tecnologia. A Febraban já contribuiu com a Polícia Federal doando equipamentos de alta tecnologia para combater o ransomware, um software utilizado para extorsão por meio de sequestro de dados. O outro acordo envolve a Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal para lidar com fraudes relacionadas ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Lewandowski também abordou a infiltração do crime organizado nas esferas governamentais, especialmente durante as eleições. Ele ressaltou que o MJSP está colaborando com o Tribunal Superior Eleitoral na verificação dos antecedentes dos candidatos, como parte dos esforços para prevenir a influência criminosa no processo eleitoral.
Fonte: @ Agencia Brasil
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