O PCC teria expulsado operários da canalização do córrego Antonico, mas a resistência dos moradores mantém o trabalho em andamento.
A obra teve início em 2020, com a expectativa de ser concluída em 30 meses. O córrego Antonico é o mais importante de Paraisópolis e transborda durante as chuvas. Os moradores estão revoltados com a notícia de que o PCC teria afastado os trabalhadores locais e trazido pessoas de outras regiões para erguer barracos e residir na área. Imagem da máquina trabalhando na canalização do córrego Antonico, em Paraisópolis.
Além disso, a situação se agrava com a presença do PCC, que é uma organização criminosa conhecida por sua influência na região. O Primeiro Comando da Capital tem se mostrado uma facção que interfere diretamente nas vidas dos moradores, causando preocupação e insegurança. A comunidade clama por soluções e proteção.
Controvérsias em Paraisópolis
A demolição de casas na comunidade de Paraisópolis, situada na zona sul de São Paulo, foi realizada com autorização judicial. Moradores e líderes comunitários contestam a alegação de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) teria expulsado trabalhadores envolvidos na obra de canalização do córrego Antonico, que corta a área. Além do relato dos residentes, o Visão do Corre verificou, em 04 de setembro, que a obra estava em andamento, com a presença de vinte homens e a remoção de doze caminhões de madeira provenientes de barracos demolidos.
Obra em Andamento
A reportagem da Folha de S.Paulo, publicada em 03 de setembro, mencionou que o PCC havia expulsado os operários de uma obra avaliada em R$ 100 milhões. Um trabalhador da Transvias, que é também morador de Paraisópolis, desmentiu a informação, afirmando: ‘Isso é mentira, falcatrua.’ A demolição, que foi autorizada judicialmente, teve o entulho de alvenaria nas margens do córrego programado para ser retirado a partir de 05 de setembro, quinta-feira.
Necessidade de Canalização
A reportagem citou ‘moradores ouvidos pela reportagem’ e tentou contatar ‘lideranças de Paraisópolis’, mas sem sucesso, não mencionando nomes. Os líderes comunitários com quem o Visão do Corre conversou afirmam não ter recebido qualquer ligação do jornal. Janilton Oliveira, um conhecido representante da comunidade, expressou a necessidade de contestar as informações disseminadas: ‘Precisamos rebater essa safadeza.’ Os moradores enfatizam a urgência da canalização do córrego Antonico, com o professor de Educação Física Cláudio Fernandes, residente em Paraisópolis há 51 anos, destacando que essa obra é uma ‘necessidade básica’.
Impacto na Saúde da Comunidade
Janilton Oliveira também mencionou que o atraso nas obras se deu pela resistência de moradores que enfrentaram a demolição de suas casas. Ele ressaltou que muitos frequentam os postos de saúde da região com doenças relacionadas ao esgoto que passa pelo córrego Antonico. ‘Ali é onde mais inunda, é importantíssimo fazer a obra, todo mundo da comunidade quer’, afirmou. A mãe de Jhonne Silva, que residia próximo ao córrego, viu sua casa desabar em 2022, narrando que ‘quando chovia, a água chegava na altura da cama’.
Diálogo com a Comunidade
Marcos Antônio Melo dos Santos, morador de Paraisópolis há 44 anos e membro do Conselho Gestor da comunidade, participou das discussões com os moradores que teriam suas casas removidas das margens do córrego Antonico. Ele se mostrou cético em relação às informações veiculadas pela Folha de S.Paulo, afirmando: ‘Não tem nada a ver com crime organizado, o problema foram os moradores que tinham casas e estavam brigando para ficar. A obra parou uns dias, mas retomou, foi só isso.’ A situação em Paraisópolis continua a ser monitorada, com a comunidade buscando garantir a realização da obra necessária para a saúde e segurança de seus moradores.
Fonte: @ Terra
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