MPF no Rio pede à Justiça Federal extradição do ex-CEO das Americanas, acusado de fraude bilionária. Prisão preventiva solicitada no processo.
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro solicitou à Justiça Federal que seja determinada a extradição do ex-CEO do Grupo Americanas Miguel Gutierrez, que reside em Madri, na Espanha. O empresário está sob investigação por sua suposta participação em uma fraude bilionária na empresa varejista.
Além disso, a entrega de Miguel Gutierrez às autoridades brasileiras é considerada crucial para o desenrolar das investigações. Caso a extradição seja efetivada, o ex-CEO poderá enfrentar as consequências legais de suas ações no Brasil, contribuindo assim para a transparência e justiça no caso em questão.
Extradição: MPF busca deportação do ex-CEO das Americanas, residente na Espanha
O Ministério Público Federal está empenhado na questão da extradição do ex-CEO das Americanas, Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, que atualmente vive na Espanha. A petição do MPF foi encaminhada à 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e foi protocolada recentemente pelos procuradores da República José Maria de Castro Panoeiro e Paulo Sergio Ferreira Filho.
No documento apresentado, os procuradores argumentam a necessidade da extradição, citando a manutenção dos fundamentos que levaram à decretação da prisão preventiva de Gutierrez. Independentemente da decisão que a Justiça Federal venha a tomar, a palavra final caberá à Espanha, em respeito à soberania dos dois países.
Caso a extradição seja decretada pelo juiz federal, o processo, do lado brasileiro, será conduzido pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O MPF ressalta a importância do pedido de extradição, destacando que, caso seja negado, existe a possibilidade de que Gutierrez seja processado na Espanha. Nesse cenário, a Justiça brasileira teria a responsabilidade de fornecer as provas necessárias para o processo e julgamento do acusado.
Em relação à prisão de Gutierrez em Madri, ocorrida no final de junho, o ex-CEO foi liberado após prestar depoimento às autoridades espanholas. O Grupo Americanas, sob sua gestão anterior, enfrenta acusações de fraudes que chegam a R$ 25 bilhões.
A defesa de Gutierrez afirma que ele não teve envolvimento nas fraudes e tem colaborado com as autoridades, demonstrando confiança no sistema legal brasileiro e internacional. O ex-CEO está residindo em Madri desde 2023, à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento.
Além de Gutierrez, outra figura ligada às Americanas, a ex-diretora Anna Cristina Ramos Saicali, teve que entregar seu passaporte ao retornar ao Brasil, vindo de Portugal. A atual diretoria da empresa alega ter sido vítima de manipulações fraudulentas pela gestão anterior, que teria adulterado os controles internos da companhia.
A situação envolvendo a extradição de Gutierrez e as investigações em curso continuam a ser acompanhadas de perto pelas autoridades brasileiras e internacionais, em um caso que envolve questões de fraude, cooperação jurídica e processos legais complexos.
Fonte: © Conjur
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