Na Suécia, separações impulsionam divisão mais igualitária do cuidado infantil, podendo influenciar Europa e América do Norte.
homem com bebê pequeno Foto: Getty Images / BBC News Brasil Mães solteiras são um dos grupos mais vulneráveis nas sociedades ao redor do mundo. No Brasil, o divórcio é um tema cada vez mais presente nos lares, impactando diretamente a estrutura familiar. A busca por apoio emocional e jurídico durante o processo de divórcio tornou-se essencial para garantir o bem-estar de todos os envolvidos.
Na realidade brasileira, as separações e divórcios têm se tornado mais comuns, refletindo as transformações nas relações conjugais. A necessidade de diálogo e respeito mútuo durante as dissoluções de uniões é fundamental para minimizar conflitos e preservar o bem-estar emocional de todos os membros da família. É importante buscar orientação profissional para lidar com os desafios que os processos de divórcio podem trazer.
Estudo revela mudanças nas separações e divórcios
Seria uma exceção à tendência global de aumento de separações e divórcios? Notícias relacionadas Grupo Mulheres do Brasil propõe ações contra desigualdade de gênero Estudo sugere que desigualdade de gênero afeta casamentos Por que Brasil tem caído em ranking global de desigualdade de gênero Não, o número de dissoluções de uniões na Suécia ainda está entre os mais altos do mundo. O que estamos observando é uma mudança nas separações. A Suécia não apenas lidera em termos de taxas de divórcio, mas também é líder mundial quando se trata de dividir a guarda das crianças igualmente. Quase metade das crianças com pais separados agora dividem seu tempo igualmente entre os dois lares. Em nosso novo estudo, publicado na revista Social Forces, queríamos descobrir em qual medida essa mudança notável nos arranjos de vida alterou a divisão de trabalho de cuidado entre os ex-cônjuges. Partimos da hipótese de que o efeito de tais dissoluções de união pode levar a uma maior igualdade de gênero do que quando as crianças viviam apenas com suas mães. Ultimamente, a guarda ‘meio a meio’ requer que os pais assumam integralmente a responsabilidade pelo cuidado da criança metade do tempo — algo que poucos pais em parceria fazem. Portanto, isso poderia impulsionar os pais para uma divisão mais igualitária do trabalho de cuidado. Como medida de trabalho de cuidado, examinamos uma das desigualdades mais persistentes entre mulheres e homens nos países de alta renda hoje: tirar licença do trabalho remunerado para cuidar de uma criança. Usamos dados de registros administrativos que cobrem toda a população da Suécia — com medidas de licença tanto da mãe quanto do pai de cada criança, tanto antes quanto depois do divórcio. Nossos resultados mostram que, na Suécia, o divórcio levou a um aumento na participação dos pais nos dias de folga do trabalho para cuidado. Concluímos que, enquanto os divórcios nas últimas décadas haviam atrasado a revolução de gênero na Suécia — com as mães tradicionalmente assumindo toda a responsabilidade — agora estão tendo o efeito contrário. Líderes mundiais? Não estamos tentando argumentar que o divórcio seja algo bom. Acreditamos, em vez disso, que os divórcios ajudam a expor o lar conjunto como um ambiente altamente marcado pelo gênero. Casais heterossexuais na Suécia, e mais amplamente ao redor do mundo, tendem a cair em dinâmicas de gerente-auxiliar, em que a mãe assume toda a carga administrativa e mental e delega apenas tarefas específicas para o pai cumprir. Esta é uma dinâmica que ao longo do tempo parece inevitável e impossível de ser quebrada. Mas os arranjos de vida ‘meio a meio’ viram essa dinâmica de cabeça para baixo, porque não é mais possível assumir esses papéis fortemente marcados pelo gênero — a mãe não pode planejar a casa de seu ex e o pai não pode esperar que isso aconteça. A lição é que os homens podem e cuidam de crianças por conta própria. Se os homens suecos conseguem fazer isso, a incapacidade de outros homens não pode ser inevitável. Homens
Impacto do Divórcio na Igualdade de Gênero
O divórcio é um tema que tem sido cada vez mais discutido em todo o mundo. Com o aumento das separações e divórcios, surgem questões sobre como isso afeta a igualdade de gênero. Na Suécia, um país que se destaca por suas altas taxas de divórcio e pela divisão igualitária da guarda das crianças, há um cenário único em relação a esse tema. Uma mudança significativa tem sido observada nas separações, levando a uma reavaliação da divisão de responsabilidades entre ex-cônjuges. A hipótese de que o divórcio pode impulsionar uma maior igualdade de gênero tem sido objeto de estudo, com resultados surpreendentes.
A guarda compartilhada, onde os pais dividem igualmente o cuidado das crianças, tem impactado diretamente a divisão do trabalho de cuidado. Os pais são desafiados a assumir uma parcela significativa da responsabilidade, o que antes era predominantemente atribuído às mães. Essa mudança tem levado a uma participação mais equitativa dos pais nos cuidados das crianças, refletindo em uma distribuição mais igualitária do trabalho.
Um aspecto interessante analisado foi a licença do trabalho remunerado para cuidar de uma criança. Os dados revelaram um aumento na participação dos pais nesse tipo de licença após o divórcio, indicando uma mudança de paradigma na divisão do trabalho de cuidado. Essa evolução sugere que o divórcio pode ser um catalisador para uma maior igualdade de gênero, desafiando as normas tradicionais de gênero e promovendo uma participação mais equilibrada entre os ex-cônjuges.
Em um contexto mais amplo, o estudo destaca a importância de repensar as dinâmicas de gênero nas relações familiares. Os arranjos de vida ‘meio a meio’ estão desafiando as estruturas tradicionais, demonstrando que os homens são capazes e responsáveis pelo cuidado das crianças. Essa mudança de perspectiva pode ter um impacto significativo na construção de uma sociedade mais igualitária e inclusiva. O divórcio, longe de ser apenas um fim, pode ser visto como um novo começo para uma divisão mais equitativa do trabalho e do cuidado entre os gêneros.
Fonte: @ Nos
Comentários sobre este artigo