A nomeação de Giuseppe Yang como líder religioso foi criticada por católicos conservadores de Shandong devido a um acordo histórico com rebanho clandestino.
O Papa Francisco designou Giuseppe Yang Yongqiang como bispo de Hangzhou, cidade da província de Zhejiang, no leste da China, informou o Vaticano neste sábado (22), em uma iniciativa para fortalecer os laços com Pequim. O bispo será transferido de Zhoucun, localizado na província de Shandong, ao norte, conforme divulgado pelo Vaticano. A nomeação ocorreu após um acordo histórico entre o Vaticano e a China em 2018, renovado por mais dois anos em 2022, relacionado à nomeação de bispos da Igreja Católica Romana no país comunista.
O bispo Giuseppe Yang Yongqiang, agora líder religioso em Hangzhou, desempenhará um papel crucial na unificação da comunidade católica na região. A nomeação reflete os esforços contínuos para promover a reconciliação e a cooperação entre a igreja clandestina e a igreja oficial na China, conforme estabelecido no acordo entre o Vaticano e Pequim. A atuação do bispo será fundamental para fortalecer os laços e promover a unidade entre os fiéis, seguindo os princípios de diálogo e respeito mútuo.
Acordo histórico firmado entre o Vaticano e a China
Desde os anos 1950, um marco significativo foi alcançado quando os dois lados concordaram em reconhecer o papa como o líder supremo da Igreja Católica. Este acordo foi nomeado como um passo crucial para a estabilidade das relações entre a Santa Sé e a China comunista. Os bispos, como líderes religiosos, desempenharam um papel fundamental nesse processo de diálogo.
O líder religioso, Giuseppe Yang, desempenhou um papel crucial na mediação desse acordo histórico. A província de Shandong, onde o rebanho clandestino de católicos chineses é significativo, foi o cenário onde as negociações ocorreram. O Vaticano, representado pelo secretário-cardeal do Estado, Pietro Parolin, expressou o desejo de estabelecer um gabinete permanente na China, visando fortalecer os laços diplomáticos entre as duas entidades.
Os críticos, especialmente os católicos conservadores, levantaram preocupações sobre a natureza do acordo, retratando-o como uma possível traição aos princípios da Igreja. No entanto, o Vaticano defendeu a iniciativa como um meio imperfeito, mas necessário, para garantir um diálogo contínuo com as autoridades chinesas em benefício da comunidade católica local.
Nesse contexto delicado, a questão da autonomia da Igreja Católica na China e a influência do governo chinês sobre as práticas religiosas continuam sendo temas de debate. O papel do bispo como um guia espiritual para o rebanho e sua capacidade de navegar nesse ambiente complexo são aspectos essenciais a serem considerados.
O acordo entre o Vaticano e a China representa um marco na história das relações entre a Igreja Católica e o governo chinês. A nomeação do bispo como um intermediário nesse processo ressalta a importância do diálogo e da diplomacia para promover a liberdade religiosa e a unidade dentro da comunidade católica chinesa.
Fonte: @ CNN Brasil
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