Conclusão precoce na denúncia ao STF: interesses econômicos, milícias, animosidade, terrenos dominados, oposição, obstáculos, dissuasão a políticos, orientações, disparos, homicídio incompleto.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) determinou que o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, foi planejado para favorecer interesses econômicos de milícias e desencorajar manifestações de oposição política. Essa constatação está presente na acusação oficial entregue recentemente ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra os irmãos Brazão, detidos em março de 2021.
Além disso, a investigação revelou que a motivação por trás desse assassinato era não aplicável ao cenário político vigente, indicando um crime cruel e premeditado. A justiça busca agora garantir que todos os envolvidos sejam responsabilizados de acordo com a lei vigente, buscando justiça para Marielle Franco e Anderson Gomes, vítimas inocentes desse ato hediondo.
Acusação de Assassinato e Organização Criminosa
Eles estão sob acusação de serem os mandantes do crime hediondo. Durante as investigações, o ex-policial Ronnie Lessa fez um acordo de delação premiada e confessou ter cometido os assassinatos brutais. No início da noite desta quinta-feira (9), o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso, levantou o sigilo do documento.
Denúncia de Homicídio e Organização Criminosa
Na denúncia, o vice-procurador-geral da República, Hidenburgo Chateaubriand, acusou Domingos Brasão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e Chiquinho Brazão, deputado federal (União-RJ), de assassinato e formação de organização criminosa. Para a Procuradoria-Geral da República, o assassinato foi motivado por razões mesquinhas e executado de forma traiçoeira para dificultar a defesa de Marielle e Anderson.
As três infrações foram cometidas de forma traiçoeira e com o uso de recursos que dificultaram a defesa das vítimas. A rotina das vítimas foi meticulosamente estudada, a perseguição foi discreta e o ataque, na via pública, foi repentino. Marielle foi atingida por quatro tiros na cabeça e Anderson, por três tiros nas costas, impedindo qualquer reação defensiva, conforme relatado pela procuradoria.
Motivação e Animosidade
O documento também destaca que a atuação da vereadora a favor da regularização de terras para pessoas de baixa renda gerou animosidade com o grupo dos irmãos Brazão. As áreas em questão estavam localizadas em terrenos dominados por milícias no Rio de Janeiro. ‘Marielle se tornou, portanto, a principal opositora e o símbolo mais ativo da resistência aos interesses econômicos dos irmãos.
Matar Marielle significava eliminar de vez o obstáculo e, ao mesmo tempo, desencorajar outros políticos do grupo de oposição a seguir seu exemplo’, afirmou a PGR. A denúncia também ressalta que o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, também, por ordem do STF, deu instruções para a execução dos disparos. ‘Foi Rivaldo quem orientou a todos a não realizar o crime em um trajeto que passasse ou levasse à Câmara Municipal, a fim de dissimular a motivação política do crime’, acrescentou a denúncia.
Os acusados também serão responsabilizados pela tentativa de assassinato de Fernanda Chaves, então assessora de Marielle. Ela estava no veículo com a vereadora e conseguiu sobreviver. ‘No caso de Fernanda Gonçalves Chaves, o homicídio apenas não se consumou por circunstâncias alheias à vontade dos denunciados. É que, ao se abaixar e com o corpo de Marielle Francisco da Silva ao seu lado, ela não pôde ser atingida’, concluiu a PGR.
Defesa dos Acusados
Em comunicado, a defesa de Chiquinho Brazão afirmou que ainda não teve acesso à denúncia apresentada pela PGR e desconhece os termos das delações no caso. ‘Portanto, ainda não é possível fazer uma avaliação das acusações.’ O advogado Cleber Lopes declarou que irá se pronunciar com mais detalhes ‘assim que o relator do caso permitir que a defesa tenha acesso a todos os elementos produzidos pela investigação’. Os advogados Marcelo Ferreira e Felipe Dalleprane, que representam o delegado Rivaldo Barbosa, também afirmaram que ainda não tiveram acesso ao documento da PGR. Eles ressaltaram que ‘causou estranheza à defesa o…’.
Fonte: @ Agencia Brasil
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