Líder quilombola Binho do Quilombo foi assassinado em setembro de 2017 em Simões Filho, Bahia, capital Salvador.
A Polícia Federal (PF) deteve hoje, 17, um indivíduo acusado de cometer o assassinato do líder quilombola Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, também conhecido como ‘Binho do Quilombo’, em 2017. O suspeito é parente da ialorixá Bernadete Pacífico, mais conhecida como ‘Mãe Bernadete’, que foi vítima de assassinato em agosto do ano anterior.
O crime chocou a comunidade local, que ainda busca por respostas sobre a execução de Binho do Quilombo e de Mãe Bernadete. A Polícia Federal segue investigando o caso para esclarecer os detalhes desse trágico homicídio e garantir justiça para as vítimas e suas famílias.
Assassinato no Território Quilombola
De acordo com Flávio Mendes Santiago, advogado da família Pacífico, o indivíduo foi detido enquanto frequentava um centro comercial em Salvador. O suspeito foi levado para a sede da corporação na capital baiana. Binho do Quilombo foi vítima de homicídio a tiros em setembro de 2017 em Simões Filho, localizado na Região Metropolitana de Salvador. O crime ocorreu em uma área quilombola onde ele e Mãe Bernadete residiam. Além da autoria do crime, a Polícia Federal ainda investiga a possível motivação por trás do assassinato do líder religioso.
Desde o assassinato de seu filho, Mãe Bernadete vinha batalhando por esclarecimentos e resolução do caso. Em 17 de agosto do ano passado, ela foi executada a tiros de fuzil no terreiro de Simões Filho. Entre os anos de 2009 e 2018, a ialorixá atuou como secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do município. A morte da líder religiosa gerou comoção no Palácio do Planalto, com os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial) enviando representantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para Simões Filho.
A ministra aposentada Rosa Weber, que ocupava a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) na época, entrou em contato com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), para exigir respostas sobre a execução. Em novembro do ano passado, o Ministério Público da Bahia acusou cinco indivíduos pelo assassinato da ialorixá. Segundo a promotoria, o crime ocorreu devido à tentativa de Bernadete de ‘restringir a expansão do tráfico’ na região.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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