Em 16 de maio de 2023, anúncio da estatal sobre preços de combustível ligados a cotações internacionais e frete: política, dividendos, gritaria, missão, limites (inferior/superior), custos (de oportunidade, alternativo), repasse, commodity, PPI, volatilidade.
Jean Paul Prates entrou para a liderança da Petrobras em março de 2024, durante a gestão de Bolsonaro. Após dois anos e três meses, anunciou sua saída da companhia, em uma decisão conjunta com o presidente Bolsonaro, em meio a divergências sobre a estratégia de investimentos e a pressão do mercado internacional.
No entanto, a terminação de Prates da Petrobras não foi surpresa para os analistas do setor, que já previam mudanças na liderança da empresa. A demissão de Prates foi seguida por uma reestruturação interna na estatal, visando recuperar a confiança dos investidores e garantir a estabilidade no mercado de energia.
Estabilidade na saída de Prates da Petrobras;
Justamente ao completar um ano da principal missão confiada a ele pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Encerrar a política de paridade de importação (PPI) para determinar os valores de gasolina e diesel. Ou, conforme o então líder, Prates ‘nacionalizou’ os preços da Petrobras. E, ao menos nesse contexto, não se espera muita mudança na empresa. ‘Acredito que não haverá alterações, pois a política tem sido eficaz. O mercado já assimilou e a empresa consegue se adaptar mesmo com o petróleo Brent em alta. No entanto, não seria surpreendente ver os preços repassados para as distribuidoras mais próximos do valor marginal para a Petrobras do que do custo de aquisição para o cliente. Em resumo, se antes eu não acreditava em ajustes na gestão de Prates, agora a probabilidade de mudanças é ainda menor, para não dizer praticamente nula’, destaca Ilan Arbetman, analista da Ativa.
Desde a implementação da estratégia comercial, a Petrobras considera uma faixa de preço de referência, com o limite inferior sendo o valor marginal – uma forma de custo de oportunidade – e o limite superior sendo o custo alternativo do cliente – que se assemelha ao conceito de PPI. E qual tem sido o resultado do ‘nacionalismo’ dos preços até agora? Positivo ou negativo? De acordo com uma análise da Leggio Consultoria, especializada em petróleo, gás e energias renováveis, a estratégia comercial tem se mostrado acertada. Pelo menos até o momento.
Após quase um ano, a Petrobras tem conseguido capturar os ganhos gerados pela variação de preços no mercado internacional. O estudo indica que, em períodos de alta nos preços, a empresa mantém um atraso de um mês no repasse ao seu produto, o que evita picos nos valores da commodity. Já em momentos de queda nos preços, o repasse é feito praticamente sem atrasos. ‘Na prática, a Petrobras deixa de aproveitar um pouco das oportunidades ao não realizar o repasse de forma mais ágil em períodos de volatilidade para cima da commodity. No entanto, entendemos que esse impacto é bastante limitado. O mais importante é que a empresa tem mantido a política de repasse de preços para o mercado, o que tem garantido a geração de resultados e de caixa da empresa’, afirma Camila Affonso, sócia da Leggio Consultoria.
O estudo da Leggio abrange o período de 2020 a janeiro de 2024 e demonstra que, com a estratégia conhecida como ‘PPI menos’, os valores praticados pela estatal no diesel e gasolina têm se mantido ligeiramente abaixo do Preço de Paridade de Importação (PPI). Os preços estão aproximadamente 5% abaixo da paridade de importação no diesel e 3% na gasolina. A consultoria observa que essa abordagem já vinha sendo adotada ao longo de 2022. ‘É um equilíbrio razoável não repassar imediatamente a volatilidade para cima do petróleo e ter uma agilidade um pouco maior para absorver as variações negativas’, avalia Affonso. Os percentuais de atraso diferem do que é calculado pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que estima a paridade de importação.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo