Mais de 21 milhões de lares enfrentaram insegurança alimentar em 2023, evidenciando a importância das políticas públicas e do Centro de Referência para atender às necessidades básicas e padrões de alimentação.
Arte/Agência Brasil A aposentada Leonor Pires Faria, de 67 anos, cuida das três netas, com idades entre 9 e 13 anos. Moradora de uma favela na região metropolitana do Rio de Janeiro e ganhando um salário mínimo, ela enfrenta desafios para garantir o sustento da família. E isso inclui uma das necessidades mais básicas de qualquer ser humano: a fome. ‘É muito complicado.
As crianças, muitas vezes, vão para a escola famintas, o que preocupa Leonor. Ela sabe que a situação de subalimentação pode trazer consequências graves para a saúde das netas. A luta diária contra a fome é uma realidade para muitas famílias brasileiras, que enfrentam a dura realidade de estar desnutridas em um país com tanta riqueza natural.
Desafios da Fome: Necessidades Básicas e Insegurança Alimentar
Tem dias em que a vida flui de maneira tranquila, mas em outros, a realidade se torna extremamente desafiadora. Leonor, uma aposentada que cuida de suas netas, expressa sua angústia ao não poder contar com o benefício do Bolsa Família para garantir a alimentação adequada das quatro pessoas que dependem dela. A falta de recursos a leva a buscar auxílio em uma organização não governamental que fornece alimentos, evidenciando a dificuldade de acesso a alimentos suficientes para suprir as necessidades básicas de sua família.
A situação de Leonor reflete um cenário mais amplo no Brasil, onde 21,6 milhões de lares enfrentam algum grau de insegurança alimentar, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2023. Dentre esses lares, 7,4 milhões convivem com níveis moderados ou graves de insegurança, impactando diretamente os padrões de alimentação e a quantidade de comida disponível para consumo. Essa realidade coloca em destaque a urgência de ações efetivas para combater a fome e garantir a segurança alimentar de milhões de brasileiros.
A necessidade de políticas públicas voltadas para o enfrentamento da fome se torna evidente diante desse panorama preocupante. Eduardo Lúcio dos Santos, fundador do Projeto União Solidária, destaca a importância de iniciativas que possam promover encontros e diálogos entre projetos sociais e organizações não governamentais, visando a colaboração mútua para ampliar o alcance das ações de combate à fome. Ele ressalta que, mesmo como um projeto modesto, é possível impactar positivamente a vida de muitas pessoas, mas a atuação conjunta com o poder público poderia potencializar esses esforços e transformar as realidades locais.
A esperança de Santos se estende aos futuros gestores municipais, que terão a responsabilidade de lidar com questões cruciais, como a fome e a insegurança alimentar, a partir de janeiro de 2025. Ele enfatiza a importância de uma abordagem humanizada e comprometida com a resolução dos problemas dos mais vulneráveis, não apenas no âmbito da alimentação, mas também em áreas fundamentais como saúde, educação, esporte e lazer. O desejo é que os políticos eleitos não se limitem a promessas eleitorais, mas atuem de forma consistente para promover mudanças significativas na qualidade de vida da população.
A Ação da Cidadania, fundada por Herbert de Souza, o Betinho, é uma das ONGs reconhecidas por seu trabalho no combate à fome no Brasil. Kiko Afonso, diretor executivo da organização, destaca o papel crucial dos municípios nesse contexto, especialmente no que diz respeito ao cadastramento de beneficiários de programas sociais como o Bolsa Família. Os Centros de Referência da Assistência Social (Cras), sob gestão municipal, desempenham um papel fundamental como ponto de acesso para indivíduos em situação de vulnerabilidade, evidenciando a importância da atuação local na promoção da segurança alimentar e no combate à fome.
Fonte: @ Agencia Brasil
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