Anualmente, R$ 4 bilhões são investidos na abertura de contas, identificação de correntistas e combate a fraudes e vazamentos de dados bancários.
O tema das fraudes bancárias foi discutido em uma reunião realizada no Senado nesta quinta-feira (27), com a presença de representantes de bancos e consumidores. Durante a audiência pública na Comissão de Comunicação e Direito Digital (CCDD), foram apresentadas propostas para fortalecer o combate às fraudes bancárias e aprimorar o PLP 77/2023, que visa aumentar a segurança no processo de abertura de contas bancárias.
A importância da segurança digital foi ressaltada durante o encontro, destacando a necessidade de proteger os clientes contra golpes financeiros e crimes bancários. A colaboração entre instituições financeiras e autoridades é fundamental para garantir a integridade do sistema bancário e prevenir possíveis ataques cibernéticos.
Fraudes Bancárias: Desafios e Soluções no Combate aos Golpes Financeiros
A proposta inovadora, apresentada pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), visa implementar o Cadastro Digital Certificado, estabelecendo diretrizes para a identificação segura de correntistas ativos e passivos que possuem contas de depósitos abertas de forma eletrônica. Segundo o projeto, os usuários dos serviços bancários devem validar sua identidade por meio de certificados a cada dois anos, visando fortalecer a segurança digital.
De acordo com informações da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), anualmente são investidos cerca de R$ 4 bilhões no combate às fraudes bancárias, crimes bancários que representam uma ameaça constante ao sistema financeiro. Ivo Mósca, diretor de Inovação da Febraban, ressaltou a importância da colaboração entre as instituições financeiras para enfrentar esse problema em conjunto.
O projeto em questão tem o potencial de contribuir significativamente para o combate às fraudes bancárias, porém, é necessário equilibrar a rigidez das normas com a flexibilidade necessária para lidar com a velocidade e a tecnologia utilizadas pelos criminosos. Flexibilidade é essencial para garantir agilidade na prevenção e detecção de golpes financeiros.
Por outro lado, Luã Cruz, representante do Instituto de Defesa dos Consumidores (Idec), levantou preocupações em relação à coleta excessiva de dados proposta pelo projeto, alertando para os crescentes vazamentos de informações pessoais. A exigência de dados como fotos faciais, impressões digitais e até mesmo fotografias de possíveis tatuagens dos correntistas levanta questões sobre a privacidade e segurança dos dados.
Para fortalecer a segurança na abertura de contas e prevenir fraudes bancárias, Cruz sugeriu a implementação de mecanismos adicionais, como a autenticação de dois fatores e a verificação de geolocalização durante o processo de inscrição. Essas medidas adicionais podem adicionar camadas extras de segurança aos serviços bancários digitais, dificultando a ação de criminosos.
Leonardo Gonçalves, presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Certificação Digital (ANCD), destacou a importância da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) como uma ferramenta confiável para garantir a segurança na abertura de contas. A infraestrutura existente, com mais de duas décadas de experiência, pode ser fundamental para assegurar a integridade e autenticidade das transações bancárias, protegendo os correntistas de possíveis fraudes.
Em um cenário onde as fraudes bancárias e os golpes financeiros representam uma ameaça constante, é fundamental que as instituições financeiras e os órgãos reguladores trabalhem em conjunto para fortalecer a segurança digital e proteger os dados dos correntistas. O equilíbrio entre a conveniência e a segurança é essencial para garantir uma experiência bancária confiável e livre de fraudes.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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