No Brasil, existem 170 quilombolas remanescentes de escravizados, lideradas pela Conaq (Coordenação Nacional). Diffícil chegar, necessitam de alimentos, água. MIR (Ministério da Igualdade Racial): prioridade; Articulação Negras e Aquilombar mobilizam comunidades atingidas em 2024. Quilombolas: remanescentes escravizados.
As chuvas e enchentes que atingem o Rio Grande do Sul impactaram todas as aproximadamente 6,8 mil famílias que vivem nos quilombos da região. Entre as cerca de 170 comunidades compostas por descendentes de escravizados no estado, quinze encontram-se em situação de isolamento total devido aos efeitos das intempéries.
É crucial que medidas emergenciais sejam tomadas para garantir a segurança e o bem-estar das famílias quilombolas afetadas. A solidariedade e a união são fundamentais neste momento de crise para minimizar os impactos nas comunidades e promover a recuperação das áreas atingidas pelas chuvas e enchentes.
Comunidades quilombolas enfrentam desafios de acesso e isolamento
A realidade dos quilombos no Brasil é marcada por dificuldades de acesso e isolamento, conforme apontado pela Coordenação Nacional da Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq). Os quilombos, em sua maioria, só são alcançados por meio de barco ou helicóptero, o que torna a chegada de recursos e ajuda uma tarefa complexa.
José Alex Borges Mendes, liderança quilombola de 47 anos do quilombo de Armada, localizado em Canguçu (RS), compartilhou as adversidades enfrentadas pelas comunidades. Em muitos casos, as famílias perderam suas moradias e agora dependem da solidariedade de parentes e amigos para se abrigarem. Nas comunidades mais acessíveis, as estradas danificadas dificultam a locomoção, tornando o acesso ainda mais desafiador.
As condições climáticas adversas agravam a situação, com fortes chuvas que causam a subida e descida dos rios, resultando em isolamento de diversas comunidades quilombolas. Pontes destruídas e estradas intransitáveis impedem a chegada de recursos essenciais, como água e alimentos, impactando diretamente a vida dessas populações.
José Alex estava se preparando para participar da marcha Aquilombar 2024, em Brasília, juntamente com outros representantes gaúchos de quilombos. No entanto, as condições climáticas adversas impediram a participação da comitiva no evento, levando-os a priorizar a mobilização local e o apoio mútuo entre as comunidades.
A falta de acesso a recursos básicos, como luz, água e alimentos, é uma realidade presente nas comunidades quilombolas do Rio Grande do Sul. A oscilação no fornecimento de energia elétrica, somada às dificuldades de transporte de suprimentos, torna a situação ainda mais desafiadora. A solidariedade entre as comunidades é fundamental nesse contexto, com famílias se apoiando mutuamente diante das adversidades.
O Ministério da Igualdade Racial (MIR) tem atuado no monitoramento da situação das comunidades quilombolas afetadas pelas intempéries, buscando articular a distribuição de cestas básicas e itens essenciais para suprir as necessidades imediatas dessas populações. A colaboração entre diferentes órgãos governamentais e movimentos sociais é fundamental para garantir o apoio necessário às comunidades remanescentes de quilombos, escravizados e remanescentes de povos e comunidades tradicionais.
Fonte: @ Agencia Brasil
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