Baixa Selic de 0,25%, agora com 10,5% anual. Votação apretada, BC retém sinal sobre próximas medidas. Incertas inflação expectativas, opiniões divididas. Presidente BC leniente, risco de desvalorização real. Novo número de seguros-desemprego pedidos. Próxima reunião terça.
O dólar teve um desempenho sólido no dia de hoje, em meio à redução da taxa básica de juros, a Selic, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil. Após o corte de 0,25 ponto porcentual, a real fechou em alta de 1,01%, sendo negociada a R$ 5,142 no final do pregão.
Essa mudança na política monetária impactou diretamente a valorização da moeda nacional, demonstrando a sensibilidade do mercado às decisões do Copom. A expectativa dos investidores em relação ao cenário econômico também influenciou o comportamento do dólar frente ao real, evidenciando a volatilidade do mercado cambial.
Decisão do BC Realça Incertezas Globais e Atividade Econômica Robusta do País
O recente ajuste dos juros refletiu as incertezas globais e a atividade econômica robusta do país, juntamente com as expectativas de inflação que ainda não se estabilizaram. Apesar de amplamente esperada pelo mercado, Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual, destaca que a decisão não forneceu sinais claros sobre os próximos passos a serem tomados pelo Banco Central.
O placar apertado na votação, com 5 membros a favor do corte de 0,25 ponto porcentual e 4 votos pelo corte de 0,50 ponto porcentual, sugere que as opiniões podem permanecer divididas nas próximas reuniões, o que gera incertezas em relação aos rumos futuros da política monetária.
A partir do próximo ano, com a posse do novo presidente do BC, existe o risco de uma postura mais leniente em relação à inflação. Isso se deve ao fato de que a maioria dos membros que apoiaram um corte mais expressivo de 0,50 ponto porcentual são indicados pelo atual governo, conforme apontado pelo economista.
Essa perspectiva levou os investidores a aumentarem o prêmio de risco do câmbio doméstico, resultando em uma desvalorização do real em relação ao dólar, mesmo diante da tendência de queda da moeda americana no cenário internacional. Essa dinâmica foi influenciada por dados que mostraram um aumento no número de novos pedidos de seguro-desemprego nos EUA, atingindo 231 mil na semana até 4 de maio, um aumento significativo em relação à semana anterior.
Esses dados são relevantes, uma vez que um mercado de trabalho forte pode gerar pressões inflacionárias, levando a uma postura mais cautelosa por parte do BC americano e adiando possíveis cortes na taxa de juros. A autoridade monetária reitera que só considerará reduzir os juros caso consiga levar a inflação à meta de 2% ao ano.
Yuri Alves, economista da corretora Guide, destaca que os investidores aguardam com expectativa a divulgação das atas da próxima reunião na terça-feira para obter insights sobre o futuro ritmo dos cortes na taxa de juros. A decisão e o tom do comunicado indicaram uma inclinação a favor de juros mais altos, o que pode ser mantido se os membros do Copom estiverem prevendo cortes mais agressivos para 2025.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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