A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) enfrenta o desafio de reerguer suas atividades e registros, visando a retificação de normativos e o encerramento das investigações.
O grande desafio da Comissão de Desaparecidos, ligada ao governo federal, é reconstruir o que foi desmantelado durante a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa observação foi destacada pela procuradora regional da República Eugênia Gonzaga, que preside a Comissão de Desaparecidos, em uma entrevista ao jornal O Globo.
A Comissão de Desaparecidos enfrenta dificuldades para cumprir sua missão devido às ações do governo anterior. Além disso, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos também é afetada pelas mudanças políticas recentes, tornando seu trabalho ainda mais desafiador.
Comissão de Desaparecidos: Reconhecimento e Luta
Eugêniza Gonzaga, procuradora regional da República e presidente da CEMDP, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, destaca a importância do órgão em localizar e reconhecer pessoas que foram vítimas da ditadura militar devido às suas atividades políticas. O apontamento da existência da comissão foi feito após o governo anterior revogar todos os atos normativos que embasavam seu trabalho, resultando no encerramento das atividades no final de 2022.
A possibilidade de retificação dos registros das mortes foi reinterpretada, gerando um prejuízo incomensurável, conforme explica Gonzaga. A recriação da Comissão de Desaparecidos sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um passo importante, embora a expectativa fosse de que ocorresse antes.
Gonzaga ressalta a importância da luta pela localização dos corpos dos mortos e desaparecidos, mencionando que muitas vezes restam apenas peças de roupas ou outros elementos que pertenciam às vítimas. A esperança das famílias em realizar um enterro simbólico é evidente, pois desejam saber o que realmente aconteceu com seus entes queridos.
A presidente da CEMDP destaca a demora do governo em agir, considerando uma lesão para aqueles que já estão tão massacrados pela falta de respostas. Ela ressalta que o Brasil não é exemplo de celeridade nesse processo e que as famílias estão envelhecendo na busca por justiça, sem o devido apoio e sensibilidade dos governos em geral. A luta continua, em busca da verdade e do reconhecimento das vítimas da ditadura militar.
Fonte: © Conjur
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