Demanda por esses shoppings ultrapassa oferta após 20 anos; varejistas buscam espaços para experiências recreativas.
Os donos de shopping estão vivenciando uma situação inédita: a busca por espaços comerciais supera a oferta pela primeira vez em duas décadas. Essa demanda crescente tem se destacado nos últimos tempos, e, após anos de construções paradas e fechamento de imóveis com baixo desempenho, finalmente encontrou um mercado varejista com menos locais disponíveis.
Essa tendência não se restringe apenas aos shoppings, mas também se estende aos complexos comerciais em geral. Os empreendimentos comerciais estão enfrentando uma nova realidade, com uma demanda crescente por espaços de varejo. A competição por locais em centros comerciais está mais acirrada do que nunca, refletindo uma mudança significativa no mercado de compras.
Transformações em Centros Comerciais e Complexos de Compras
Os empreendimentos comerciais que resistiram ao expurgo viram um aumento na procura por inquilinos, atraindo assim mais compradores e oferecendo-lhes razões adicionais para permanecer. Essa mudança resultou em uma diversificação dos espaços disponíveis, com a inclusão de mais restaurantes e locais que proporcionam experiências recreativas, como a prática de lançamento de machado e, mais recentemente, até pickleball.
Essa evolução também levou a uma redução do espaço destinado a varejistas tradicionais com desempenho inferior, incluindo livrarias e marcas de roupas. A diminuição da redundância de inquilinos permitiu aos proprietários criar combinações de inquilinos mais sólidas e diversificadas, conforme destacou Barrie Scardina, da Cushman & Wakefield.
O mercado de varejo está testemunhando uma das maiores taxas de ocupação dos últimos 10 anos, com a vacância nos shoppings atualmente em 5,4%, o nível mais baixo das últimas duas décadas, de acordo com um relatório recente da Cushman & Wakefield. A vantagem nas negociações de locação tem favorecido os proprietários, refletindo a busca por imóveis adequados para atividades de varejo.
Um exemplo desse movimento é a transformação de um complexo de escritórios em Las Vegas pela Partners Capital, que está investindo US$ 30 milhões no projeto chamado Cliff. Com mais de nove mil metros quadrados, o espaço incluirá uma variedade de estabelecimentos, como restaurantes, boutiques, serviços de saúde, entretenimento e um bar central.
A mudança de foco para empreendimentos comerciais mais diversificados é evidente no shopping Westfield UTC em San Diego, onde a oferta inclui restaurantes, academias e instalações médicas. Essa transição marca uma significativa mudança em relação às atividades da empresa em anos anteriores, quando a venda de centros de varejo era mais comum.
A pandemia acelerou a transformação do setor varejista, levando à conversão de espaços abandonados para novos usos e à eliminação de varejistas com dificuldades financeiras. Empresas como a Vestar, que planeja projetos como a expansão do Vineyard Towne Center em Queen Creek, Arizona, estão se beneficiando desse cenário favorável ao varejo.
Essas mudanças refletem não apenas a adaptação do mercado imobiliário às novas demandas, mas também a resiliência e criatividade dos empreendedores para reinventar os espaços comerciais e oferecer experiências únicas aos consumidores.
Fonte: @ Info Money
Comentários sobre este artigo