Relatório: Despesas de provisionamento reduziram rendimento nos semestres anteriores, lenta recuperação prevista para 2024. Créditos recentes, Selic queda, colchão de liquidez, novos regulamentos, calculos de parcelas de ativos ponderados pelo risco de crédito ampliaram análise de capital. (148 caracteres)
O Relatório de Resiliência Financeira (RRF) lançado nesta quarta-feira, 31, pelo Banco Central, revelou que a lucratividade das organizações bancárias teve uma leve melhora no terceiro trimestre de 2023 e que o setor financeiro evidencia resiliência diante de desafios e estudos em diferentes situações desfavoráveis.
Além disso, o documento destacou que a estabilidade financeira das empresas do ramo continua sendo uma prioridade, com investimentos direcionados para garantir a sustentabilidade e a robustez do mercado. A adaptação constante e a busca por inovações são fatores-chave para manter a segurança e a eficiência do sistema bancário no cenário econômico atual.
Estabilidade financeira: resiliência do sistema bancário em destaque
Após dois semestres em declínio, o rendimento do sistema bancário apresentou uma lenta recuperação, com perspectiva positiva para 2024, conforme previsto pela autoridade monetária. De acordo com o relatório, o aumento das despesas com provisionamento foi um dos fatores importantes para a queda do rendimento nos semestres anteriores.
Essas despesas, no entanto, estabilizaram-se no segundo semestre de 2023 e devem sofrer menos pressão em 2024 devido à melhor qualidade das concessões de crédito recentes, como destacado pelo Banco Central. Além disso, foi ressaltado que a queda da taxa Selic contribui para reduzir as despesas com captações, diminuir o risco e incentivar a demanda por crédito e outros serviços bancários.
A perspectiva positiva para o rendimento bancário em 2024 também é impulsionada pelo processo de desinflação, que alivia as pressões sobre os custos operacionais, como observado pela autoridade monetária. O Banco Central também identificou que o sistema bancário aumentou o colchão de liquidez, mantendo-o suficiente para garantir a estabilidade financeira.
Esse aumento no colchão de liquidez é resultado do crescimento constante das captações, aliado ao cenário de desaceleração do crescimento do crédito, conforme apontado no relatório. Além disso, o documento ressaltou que os títulos e valores mobiliários valorizaram-se devido à redução da taxa de juros.
As recentes mudanças regulatórias e a ampliação do escopo de instituições fortaleceram a análise de capital no sistema bancário. As alterações regulatórias incluem a nova regulação prudencial para conglomerados que integram instituições de pagamento (IPs), adequando as exigências de capital aos riscos envolvidos, e a melhoria nos procedimentos de cálculo da parcela de ativos ponderados pelo risco de crédito, contribuindo para ampliar a margem de capital do sistema.
Além disso, o Banco Central ampliou a gama de instituições consideradas na análise de capital, incluindo entidades além das instituições bancárias. Para a instituição, a margem de capital regulatório não representa um obstáculo para a expansão sustentável da oferta de crédito.
As simulações realizadas mostram a resiliência do sistema bancário em diferentes cenários adversos. Os testes de estresse de capital indicam que não haveria desenquadramentos relevantes, conforme observado pela instituição. As análises de sensibilidade também apontam para uma boa resistência aos fatores de risco testados individualmente.
Os testes de estresse de liquidez demonstraram a capacidade dos bancos para enfrentar potenciais perdas extremas, como saídas de caixa, desvalorização de ativos, suportes de liquidez a fundos de investimento e outras situações desafiadoras. A resiliência do sistema bancário permanece como um pilar fundamental para a estabilidade financeira, trazendo confiança e segurança para o setor.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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