Banco e cooperativa oferecem até R$ 2,7 bilhões em empréstimos, mesmo em ano difícil no setor. Margens estreitas, problemas em pagamentos, fluxo de caixa e análise de clientes e operações incluídas em linhas de crédito e renovações.
Há um consenso entre os agentes financeiros presentes na Agrishow deste ano de que o mercado de crédito ao setor está em um momento delicado.
Os bancos estão atentos aos desafios que o setor de agronegócios enfrenta, buscando maneiras inovadoras de disponibilizar crédito e fortalecer as finanças dos produtores rurais.
Desafios e Oportunidades no Mercado de Crédito para o Agronegócio
A queda dos preços de commodities como soja e milho trouxe consigo um cenário de margens mais apertadas no agronegócio, levando a um aumento nas solicitações de recuperação judicial, especialmente no setor financeiro. No entanto, os líderes do segmento ressaltam que, apesar dos desafios, a dica é clara: ‘se houver demanda, crédito não vai faltar’.
O clima de otimismo permeia desde os bancos até as empresas de máquinas agrícolas, mas há um elemento novo em jogo: a cautela. Por exemplo, o Santander planeja desembolsar R$ 2 bilhões durante a Agrishow, evento realizado em Ribeirão Preto. Essa cifra é equivalente ao montante liberado no ano anterior, sinalizando uma postura atenta do banco diante do atual cenário.
Ricardo França, superintendente-executivo de agronegócios do Santander, ressaltou que as margens de lucro estão mais apertadas neste ano, o que demanda uma abordagem proativa para prevenir possíveis problemas de pagamento. O banco iniciou uma minuciosa análise da sua carteira de crédito ao agronegócio em janeiro, visando os vencimentos até junho.
Como parte desse processo, houve renegociações significativas, com extensões de prazo por até três anos. Além disso, a instituição tem se dedicado a agilizar a renovação das linhas de crédito, a fim de garantir a fluidez do fluxo de caixa dos produtores rurais, mostrando assim seu comprometimento em manter uma base sólida para suas operações.
Apesar das margens ajustadas e da prudência dos produtores em contrair novas dívidas, o Santander permanece confiante. França prevê um crescimento expressivo de 30% na carteira de crédito rural do banco em 2024, apoiado pela estratégia de expansão da base de clientes. Isso inclui a aquisição de dívidas de produtores de outros bancos, oferecendo condições mais vantajosas.
Por outro lado, na Credicitrus, maior cooperativa de crédito do Brasil, o cenário é ainda mais promissor. Com previsão de liberar R$ 400 milhões em operações durante a Agrishow, o que representa um aumento de 15% em relação ao ano anterior, a cooperativa também já possui R$ 700 milhões pré-aprovados para possíveis demandas excepcionais.
Walmir Segatto, CEO da Credicitrus, projeta um crescimento de 15% na carteira de crédito da cooperativa em 2024, mesmo diante dos desafios do ambiente. Em 2023, o volume atingiu R$ 6,9 bilhões, evidenciando a resiliência e solidez do setor. Com estratégias focadas em atender às necessidades dos produtores, os bancos e cooperativas estão navegando pelas incertezas com assertividade, buscando impulsionar o setor agroindustrial por meio do fornecimento adequado de crédito.
Fonte: @ Info Money
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