Grupo de trabalho do novo centro administrativo recebe críticas de especialistas e movimentos sociais na região central.
O governo de São Paulo estabeleceu um comitê, composto por sete secretários, para supervisionar a construção do novo centro administrativo, no coração da cidade de São Paulo. A gestão desse comitê, que conta também com a participação da Procuradoria Geral do Estado e do gabinete do vice-governador, ficará a cargo da Secretaria de Projetos Estratégicos, órgão liderado por Guilherme Afif Domingos.
Além disso, a iniciativa visa centralizar as atividades de administração do governo estadual, proporcionando maior eficiência e integração entre os diversos setores. A construção do novo centro administrativo representa um marco na modernização da estrutura governamental, refletindo o compromisso do estado de São Paulo com a excelência na gestão pública. grupo
Novo Centro Administrativo: Projeto de Concentração Burocrática na Região Central
Uma iniciativa, lançada em março, tem como objetivo centralizar toda a burocracia estadual no entorno da Praça Princesa Isabel, localizada no bairro dos Campos Elíseos. Nessa região, é notável a presença da Cracolândia, um local onde há uma concentração de pessoas em situação de rua e com problemas relacionados ao abuso de drogas. A proposta inclui a desapropriação e demolição de quatro quarteirões inteiros, visando liberar os terrenos para a construção de torres de 30 andares destinadas a abrigar aproximadamente 22 mil funcionários das secretarias e órgãos estaduais. Estima-se um investimento de R$ 3,9 bilhões para viabilizar esse projeto, sendo R$ 500 milhões destinados a indenizações para os imóveis desapropriados.
Impacto Social: Remoção de Moradores para Implantação do Novo Centro Administrativo
O governo estadual estima que cerca de 800 pessoas, entre inquilinos e proprietários, precisarão deixar suas residências para dar lugar ao novo centro administrativo. Esse projeto tem gerado críticas e protestos por parte de especialistas, movimentos sociais e moradores da região afetada pela desapropriação. Na última quarta-feira (10), ocorreu um protesto liderado por grupos de moradia e urbanistas contra a iniciativa.
O grupo manifestante saiu da Praça Princesa Isabel em direção à sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) em São Paulo, responsável pelo concurso que selecionará o plano urbanístico do novo centro administrativo. Em resposta ao protesto, denominado Reconstruir sem Destruir, o IAB emitiu uma nota expressando sua oposição à remoção forçada de moradores e defendendo um diálogo mais amplo entre o poder público e as comunidades locais.
Críticas e Resistência: Debate Necessário para o Futuro do Centro Administrativo
Em junho, a Congregação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo emitiu uma moção de repúdio ao projeto, destacando a falta de debate público em torno da proposta. Os professores argumentam que o plano urbanístico para a região dos Campos Elíseos deveria ser submetido à Câmara Municipal de São Paulo e discutido de forma mais aberta com a população.
Os moradores locais, que vivem em cortiços e pensões na região, estão apreensivos quanto ao seu futuro após as desapropriações. Uma iniciativa da Defensoria Pública para oferecer assistência jurídica atraiu uma grande fila de pessoas em busca de orientação no final de junho. A coordenadora do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos da defensoria, Fernanda Balera, destaca que estão acompanhando de perto o atendimento às famílias afetadas pela remoção.
Fonte: @ Agencia Brasil
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