O Telegram não colabora com programas internacionais para detectar e remover conteúdo de abuso infantil online, diz a BBC.
O Telegram, aplicativo que ganhou destaque recentemente, está no centro de uma polêmica. O dono do Telegram foi preso na França e a empresa se recusa a colaborar com programas internacionais de combate ao abuso infantil online, de acordo com informações da BBC.
A recusa do Telegram em participar de iniciativas de detecção e remoção de conteúdo prejudicial levanta questionamentos sobre a responsabilidade das empresas de tecnologia. O Telegram é um dos aplicativos mais populares do mundo, mas sua postura em relação a esse tema sensível está gerando controvérsias.
Telegram: A Plataforma e as Controvérsias
O Telegram, conhecido aplicativo de mensagens, tem sido alvo de polêmicas recentes relacionadas à moderação de conteúdo. A empresa não faz parte do Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC) nem da Fundação de Vigilância da Internet (IWF), organizações que lidam com material de abuso. Essas entidades trabalham com diversas plataformas digitais para encontrar, denunciar e remover conteúdo prejudicial.
A situação veio à tona durante a detenção de Pavel Durov, fundador e CEO do Telegram, que conta com mais de 950 milhões de usuários registrados. O bilionário, de 39 anos, foi preso na França sob acusações de crimes relacionados à falta de moderação na plataforma. As autoridades alegam que ele não colaborou em investigações sobre tráfico de drogas, conteúdo sexual infantil e fraude.
Apesar de afirmar que sua moderação está em conformidade com os padrões da indústria, o Telegram não participa de programas como o CyberTipline do NCMEC. Enquanto a maioria das empresas de internet dos EUA é legalmente obrigada a se registrar, 16% das participantes não têm sede no país.
O Telegram, originalmente fundado na Rússia, agora está sediado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A maioria das denúncias de material de abuso sexual infantil online envolvem grandes empresas de tecnologia e redes sociais como Facebook, Google, Instagram, TikTok, Twitter, Snapchat e WhatsApp.
O NCMEC tem solicitado repetidamente ao Telegram para aderir à iniciativa de combate ao abuso sexual infantil online, mas a plataforma tem ignorado tais pedidos. Da mesma forma, o Telegram se recusa a colaborar com a IWF, entidade semelhante ao NCMEC no Reino Unido.
A falta de participação ativa do Telegram nessas organizações impede a empresa de agir proativamente na remoção de material de abuso sexual infantil confirmado. Enquanto a IWF afirma que a empresa remove conteúdo após confirmação, ela reconhece que sua resposta é mais lenta do que a desejada.
A BBC tentou contato com o Telegram para comentar sobre sua recusa em aderir aos programas de proteção à criança. A empresa, por sua vez, defende que não é responsável pelos abusos ocorridos em sua plataforma. Além disso, o Telegram não participa do programa TakeItDown, voltado para a remoção de pornografia de vingança.
Em meio a essas controvérsias, o Telegram enfrenta críticas e pressão para adotar medidas mais eficazes na proteção de seus usuários, especialmente os mais vulneráveis. A questão da moderação de conteúdo e do combate ao abuso infantil online continua sendo um desafio para a plataforma e para a comunidade digital como um todo.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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