Adesão democrática ao bloco após frustrada tentativa de golpe. Brasil aprovou, mas depende de processo legislativo interno.
Representantes do Itamaraty afirmam que a tentativa fracassada de golpe militar na Bolívia, na última quarta-feira (27), pode influenciar positivamente a adesão do país vizinho ao Mercosul. A expectativa é que o tema seja abordado durante a reunião de cúpula do bloco, que ocorrerá no Paraguai, em 8 de novembro.
A Bolívia tem enfrentado instabilidade política nos últimos meses, culminando no golpe que foi rapidamente contido. A possibilidade de integração ao Mercosul pode ser vista como uma oportunidade de fortalecimento da economia boliviana e de maior cooperação regional. Essa movimentação também pode representar um avanço significativo para a diplomacia sul-americana, fortalecendo os laços entre os países membros do bloco.
Bolívia: Adesão Simbólica e Compromisso Democrático
A recente adesão simbólica da Bolívia ao Mercosul é vista como um compromisso da nação com os princípios democráticos. A cláusula democrática do bloco, que impede a participação de governos autoritários, destaca a importância desse simbólico gesto. A cúpula em Assunção, marcada para o próximo mês, promete colocar em pauta o tema da democracia como centro das discussões.
Após a frustrada tentativa de golpe, a visita programada de Lula a Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, ganha ainda mais relevância e simbolismo. Agendada para o dia 9 de julho, um dia após a cúpula, essa visita é vista como um gesto significativo em meio aos desafios políticos enfrentados na região.
A instabilidade política na Bolívia, somada à tensão em países como Peru e Venezuela, preocupa os governos da região. O Itamaraty destaca a importância de uma resposta firme em defesa da democracia, evidenciando a necessidade de manter a estabilidade democrática na América do Sul.
O ministro Mauro Vieira reforçou o compromisso do Brasil com a democracia ao condenar veementemente a tentativa de golpe na Bolívia durante reunião do Conselhão. Essa postura firme envia um recado claro de que o golpismo não será tolerado na região, assim como foi demonstrado no Brasil em situações passadas.
Além das questões políticas, a reação do Brasil também tem impacto econômico, uma vez que o país é um grande importador de gás boliviano. A população brasileira demonstrou disposição em defender a democracia, o que, aliado à pressão internacional, reforça a importância de manter a integridade democrática na região.
O Itamaraty acredita que essa postura firme pode servir de exemplo para pressionar outros países, como a Venezuela, a realizarem eleições transparentes. A união em defesa da democracia é fundamental para garantir a estabilidade política e o respeito às instituições democráticas na América do Sul.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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