O mercado interpreta a decisão unânime como técnica, não política, após críticas duras de Lula.
O mercado de Tesouro Direto reage à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), de interromper a trajetória de queda da Selic, taxa básica de juros, mantendo o patamar dos 10,5%. O ponto alto do encontro dos integrantes ontem (19) foi a unanimidade depois do ‘racha’ da decisão anterior. O que isso quer dizer?
Investir em Tesouro Direto pode ser uma opção interessante diante da manutenção da taxa básica de juros em 10,5%. Os investidores devem ficar atentos às movimentações do mercado de títulos públicos para tomar decisões estratégicas e aproveitar as oportunidades que surgirem com as variações da taxa básica de juros.
O Mercado e a Decisão Unânime
O mercado interpreta a decisão unânime do Copom como uma escolha técnica, não política, após as críticas contundentes do presidente Lula nos últimos dias. É importante ressaltar que quatro dos nove membros do Comitê foram nomeados pelo atual governo e devem permanecer no colegiado no próximo ano. Destaque para o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, considerado como possível substituto do atual presidente, Roberto Campos Neto, a partir de 2025. Preservando a autonomia e a credibilidade do Banco Central, os juros futuros apresentaram alívio hoje.
A Trajetória de Queda dos Títulos do Tesouro Direto
Os participantes do mercado estão demandando menos prêmio devido à redução das incertezas no horizonte, uma vez que temiam uma nova decisão dividida que poderia impactar as expectativas de inflação. Por volta das 11h30, as taxas dos títulos do Tesouro Direto continuavam em declínio. O Tesouro IPCA 2029, de prazo mais curto, caiu de 6,37% da sessão anterior para 6,31% de retorno real. O título com vencimento em 2045, no mesmo horário, oferecia 6,28%.
Decisão de Investimento nos Títulos Públicos
Entre os títulos do Tesouro Direto, destaca-se a queda das taxas. O papel com prazo para 2031 oferece 12,13%, abaixo dos 12,32% da sessão anterior. Diante desse cenário, surge a dúvida: devo comprar ou não? Apesar da queda recente, os títulos ainda são considerados atrativos pelos analistas de renda fixa. Os atrelados à inflação são recomendados para proteção contra a alta de preços, enquanto os prefixados de curto prazo exigem um pouco mais de cautela.
Manutenção dos Títulos na Carteira
Para quem já possui títulos públicos na carteira, mesmo antes das recentes oscilações, a melhor estratégia para evitar perdas é manter o investimento até o vencimento. É fundamental lembrar que as taxas e os preços dos títulos são inversamente proporcionais. Ou seja, quanto maior a taxa, menor o preço, e vice-versa. Portanto, apesar de representar uma boa notícia para novos investidores, o aumento das taxas implica em uma desvalorização temporária dos títulos em carteira.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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