Grupo de donos e inquilinos do Toyota Mirai processam fabricante por falta de postos de abastecimento de hidrogênio, prejudicando a autonomia do veículo elétrico.
Um grupo de donos e arrendatários do Toyota Mirai nos Estados Unidos processou a fabricante, alegando propaganda enganosa sobre a facilidade de uso do veículo elétrico movido a célula de combustível (FCEV) Toyota Mirai.
A ação coletiva foi motivada pela insatisfação dos consumidores com as promessas não cumpridas relacionadas ao Toyota Mirai, um FCEV inovador que despertou grande interesse no mercado automotivo.
Dificuldades Enfrentadas pelo Grupo de Proprietários do Toyota Mirai
Os membros do grupo de proprietários do Toyota Mirai têm expressado insatisfação devido à falta de postos de abastecimento de hidrogênio, custos crescentes do combustível e uma autonomia menor do que a prometida. Esses problemas levaram alguns a descrever o Mirai como ‘inoperável’.
De acordo com a ação judicial, a Toyota e seus vendedores asseguraram aos potenciais compradores que ‘o abastecimento com hidrogênio é fácil e que encontrar postos de abastecimento é simples’, comparando o processo ao abastecimento com gasolina.
No entanto, a realidade enfrentada pelos proprietários é bem diferente, com eles tendo que percorrer longas distâncias em busca de um posto de abastecimento compatível. A falta de postos disponíveis pode tornar o veículo ‘inoperante’, forçando os proprietários a recorrer a outras formas de transporte.
Mesmo quando encontram um posto, os motoristas do Toyota Mirai frequentemente se deparam com equipamentos quebrados ou a incapacidade dos postos de aceitar seus cartões de combustível. Essas dificuldades adicionais tornam a experiência de abastecimento ainda mais desafiadora.
Desafios com a Facilidade de Uso do Veículo Elétrico Toyota Mirai
Além disso, os usuários relatam que o combustível de hidrogênio pode ficar indisponível por vários dias seguidos e que o processo de reabastecimento pode levar muitas horas, devido a questões como o congelamento das bombas de hidrogênio. Essa falta de disponibilidade e eficiência no abastecimento é um dos principais pontos da ação judicial contra a Toyota.
Os modelos Toyota Mirai Limited e XLE prometem uma autonomia de 575 km e 647 km, respectivamente. No entanto, os motoristas afirmam que conseguem percorrer cerca de 161 km a menos do que o anunciado entre reabastecimentos. Isso representa uma diferença significativa em relação ao que foi prometido pelos fabricantes.
Além disso, o aumento nos custos do hidrogênio, que passou de US$ 13/kg em 2022 para aproximadamente US$ 36/kg em 2024, tem impactado negativamente os proprietários. O cartão de combustível de US$ 15.000 oferecido como incentivo na compra não tem mais a mesma durabilidade que inicialmente anunciada, prejudicando os consumidores.
Impacto nos Proprietários do Veículo Toyota Mirai
Os proprietários do Toyota Mirai afirmam que esses problemas têm afetado o valor de revenda do veículo, que retém apenas 19,4% do seu valor após cinco anos de uso. Essa desvalorização representa um prejuízo significativo para os proprietários, que se sentem lesados pela conduta da Toyota.
A primeira geração do Toyota Mirai foi lançada em 2015, seguida pelo modelo de segunda geração em 2020. Ambos os modelos são comercializados exclusivamente no estado da Califórnia, devido à escassez de postos de abastecimento de hidrogênio em outras regiões dos EUA.
Recentemente, a Shell anunciou o fechamento de sete dos 55 postos de hidrogênio na Califórnia, o que dificulta ainda mais a vida dos proprietários de veículos FCEV. Essa situação coloca em evidência os desafios enfrentados pelos usuários do Toyota Mirai e a necessidade de melhorias na infraestrutura de abastecimento de hidrogênio.
Fonte: @Olhar Digital
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