A 3ª Turma do TST condenou indústria por prejudicar integridade psíquica de montador devido à ventilação precária na produção.
Ao considerar que a companhia violou o bem-estar mental do empregado, a 3ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho determinou que uma fábrica de carros de São Bernardo do Campo (SP) pagasse uma compensação de R$ 15 mil a um operário de linha de montagem que ficou em ociosidade involuntária por cinco meses.
Essa situação de ociosidade prolongada pode levar à inatividade profissional e à inércia produtiva, impactando diretamente a saúde mental e emocional do trabalhador. É essencial que as empresas estejam atentas para evitar a ociosidade excessiva e suas consequências prejudiciais para o bem-estar dos seus colaboradores. psicologia do trabalhador
Ociosidade no ambiente de trabalho
A situação de ociosidade relatada pelo trabalhador é preocupante. Ele descreveu como passava seus dias na sala de produção, em uma espécie de inatividade forçada. O montador mencionou que, junto com seus colegas, era colocado em um espaço confinado, com ventilação precária, onde se via obrigado a permanecer, muitas vezes, apenas ‘olhando para as paredes’. Essa inércia prolongada, sem atividades produtivas, pode ter impactos significativos na integração do trabalhador com o ambiente laboral.
Impactos psicológicos da inatividade
A psicologia do trabalhador é afetada quando se encontra em uma situação de ociosidade prolongada. O montador mencionou que, durante os cinco meses em que frequentou a sala de produção, não houve nenhuma ação por parte da empresa para realocá-lo. Essa falta de integração e a sensação de estar em uma situação de inação podem gerar consequências graves para a saúde mental do empregado.
Consequências da inércia no processo produtivo
A empresa alegou que o programa de qualificação profissional visava adequar-se a uma grave crise econômica, adotando medidas para preservar postos de trabalho. No entanto, a permanência do empregado em uma situação de ociosidade por um período prolongado levanta questões sobre a qualidade do ambiente de trabalho e o processo produtivo da empresa. A falta de ação para resolver a situação do trabalhador pode impactar negativamente a produtividade e a moral da equipe.
Dignidade e integridade do trabalhador em xeque
O Tribunal Regional do Trabalho negou a indenização por dano moral, alegando que a empresa não violou o direito da personalidade do empregado. No entanto, o relator do recurso no TST destacou que a situação de inatividade do trabalhador atentou contra sua dignidade e integridade psíquica. Mesmo que o empregado pudesse realizar atividades particulares durante o período de ociosidade, isso não elimina o abuso do poder diretivo por parte do empregador. A decisão foi unânime em favor do trabalhador, reconhecendo os danos causados pela inação forçada.
Fonte: © Conjur
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