Representantes de poderes públicos classificaram a proposta de Mariana como apenas uma “planilha”. Desastre ambiental: entidades públicas, negociadores do governo de MG e ES, compromissos ambientais e sociais, retirar dejetos minerais, equipamentos e pessoal. Acordo comum: monitorar áreas contaminadas, indenção total. Representantes: comprometidos com plano de retirar dejetos e monitorar.
O acordo de indenização proposto pelas empresas Vale e BHP Billinton, parceiras da Samarco, envolvida no desastre ambiental de Mariana em 2015, suscitou críticas contundentes dos representantes governamentais do Brasil, Minas Gerais e Espírito Santo.
A discussão em torno do acordo de indenização proposto pelas mineradoras trouxe à tona a necessidade de um acordo de compensação mais justo e adequado, promovendo um compromisso de reparação que atenda de forma mais eficaz aos impactos do desastre e às necessidades das comunidades afetadas. O estabelecimento de um pacto equitativo é fundamental para garantir a resolução adequada desta situação delicada e complexa.
Expectativa de resposta conjunta dos entes públicos
A expectativa é que os entes públicos deem uma resposta conjunta nesta sexta-feira, 3, e, a avaliar pelo clima nos bastidores, a tendência é que ela seja negativa. Vale, BHP Billinton e Samarco anunciaram na segunda-feira, 29, que haviam ampliado o valor ofertado em compensações de R$ 42 bilhões para R$ 72 bilhões. Isso resultou em uma valorização das ações da Vale na Bolsa, com investidores vislumbrando um desfecho para uma longa disputa jurídica que já dura quase nove anos. No entanto, representantes do poder público que participam das negociações, sob reserva, criticaram a proposta, classificando-a como ‘fake’ e um ‘mero jogo de planilha’.
Empresas retrocedem em compromissos ambientais e sociais
Os representantes do poder público alegam que as empresas retrocederam em compromissos ambientais e sociais assumidos no ano anterior, repassando-os em valores considerados inaceitáveis. Esse retrocesso gerou insatisfação, pois não houve avanços significativos. Em comunicado, a BHP e a Vale afirmaram manter o interesse em negociar, enquanto a Samarco manifestou confiança de que todas as partes chegarão a um acordo comum.
Responsabilidade ambiental das empresas em questão
Os governos dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo consideram que a responsabilidade por ações como a retirada de dejetos minerais dos rios deve ser das empresas, com o uso de seus equipamentos e pessoal. Eles argumentam que ao transferir essas obrigações para as entidades públicas, as empresas se eximem de responsabilidades futuras decorrentes da remoção desses resíduos. A proposta das mineradoras de reduzir o plano de retirada de 9 milhões para 900 mil metros cúbicos de dejetos foi duramente criticada.
Compromissos e monitoramento das áreas contaminadas
Além da redução na retirada dos dejetos, as empresas também retiraram o compromisso de monitorar áreas contaminadas. Quase nove anos após o desastre ambiental de Mariana, persistem relatos de poluentes químicos presentes na água consumida por pessoas e animais na região. O desastre se tornou um marco no compromisso ambiental e social, com a necessidade urgente de retirar os dejetos minerais e monitorar as áreas contaminadas.
Indenização total e ação na Justiça
As empresas afirmam que a indenização total poderia chegar a R$ 127 bilhões, somando o valor aplicado na Fundação Renova até o momento, cerca de R$ 37 bilhões. No entanto, negociadores argumentam que os gastos da Renova são questionáveis, e vitórias judiciais já renderam mais do que a oferta das empresas. Em janeiro, as mineradoras foram condenadas a pagar R$ 47,6 bilhões em danos morais coletivos, evidenciando a complexidade e a importância das negociações em curso.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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