Seminário em Recife com etnias indígenas de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Consultas sobre criação de instituição de Educação Intercultural Indígena.
O Ministério da Educação (MEC) — através da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) — promoveu, na segunda-feira, 15 de julho, em Recife (PE), um encontro de diálogo com as comunidades indígenas para discutir a implementação da Universidade Indígena.
O evento abordou não apenas a criação da Universidade Indígena, mas também a importância do Ensino Intercultural e da valorização da Educação Indígena. Foi uma oportunidade única de fortalecer a parceria entre o governo e as Instituições Indígenas para promover um Ensino Escolar Indígena de qualidade e respeito à diversidade cultural.
Universidade Indígena: Construindo o Futuro da Educação
A iniciativa faz parte das ações do grupo de trabalho (GT) designado pela Secretaria de Educação, com o objetivo de subsidiar a criação, implementação e organização da Universidade Indígena. Ensino intercultural e instituição indígena são pilares fundamentais desse projeto inovador. Participaram do evento cerca de 55 pessoas, com representantes dos estados Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
De Pernambuco, marcaram presença os povos Pankararu, Pipipa, Kambiwa, Kapinawa, Pankara, Xukuru de Cimbres, Truka, Fulni-ô e Atikum. Da Paraíba, os Potiguara e Tabajara estiveram presentes. O seminário foi realizado no Centro de Ciências Exatas da Natureza da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), reunindo lideranças espirituais e caciques dos estados nordestinos.
A coordenadora de Política de Educação Escolar Indígena, Pierlangela Wapichana, representou a Diretoria de Políticas de Educação Escolar Indígena da Secadi. Ela ressaltou a importância das discussões para a criação da Universidade Indígena, resultado de experiências acumuladas ao longo de 25 anos.
O MEC tem se dedicado à realização de seminários regionais em todo o Brasil, buscando ouvir as comunidades indígenas e promover debates construtivos sobre a Universidade Indígena. Os participantes enfatizaram a necessidade de um ensino intercultural e diferenciado, destacando as conquistas das licenciaturas interculturais indígenas e o papel dos movimentos indígenas nesse processo.
A Universidade Indígena é uma demanda histórica dos povos indígenas, com apoio do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e da Fundação Nacional do Índio (Funai). A priorização desse tema ocorreu nos governos do presidente Lula e na atual gestão do MEC, com o ministro Camilo Santana.
Durante o seminário, foram organizados quatro grupos de trabalho, compostos por participantes dos estados nordestinos, para discutir a implementação da Universidade Indígena. As conclusões e propostas de cada grupo serão compartilhadas entre os envolvidos no processo.
Na mesa de abertura, estiveram presentes o diretor do Departamento de Línguas e Memórias Indígenas do MPI, Eliel Benites; a presidente em exercício da Funai, Lucia Alberto Andrade; a representante do Fórum de Educação Escolar Indígena de Alagoas, Simone Maria dos Santos; e o coordenador-executivo da Organização dos Professores Indígenas Potiguara, Daniel Santana. O engajamento dessas lideranças reflete o compromisso com a construção de uma educação indígena de qualidade e respeito à diversidade cultural.
Fonte: © MEC GOV.br
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