No ano, empresas têm piores desempenhos, mas em agosto o cenário muda após balanços do 2º trimestre e ciclo de cortes da Selic.
Varejistas necessitam de um cenário econômico favorável ao consumo, com inflação reduzida e taxas de juros mais baixas, para aprimorarem seus desempenhos. É dessa forma, com margens atrativas, que elas se tornam interessantes para investidores no mercado de ações.
Além disso, a competitividade no setor de varejo exige constantes inovações e estratégias diferenciadas para se destacar no mercado. Os varejistas que conseguem se adaptar rapidamente às mudanças do cenário econômico e do comportamento do consumidor têm mais chances de obter sucesso a longo prazo.
Varejistas enfrentam desafios em ambiente econômico propício
Em momentos de aperto monetário, quando o Banco Central precisa aumentar a taxa básica (Selic) para controlar a inflação, as empresas do varejo enfrentam dificuldades maiores do que outros setores. Para muitos analistas, não é surpreendente que as ações de varejistas estejam no fim da lista do Ibovespa neste ano, uma tendência que se repete desde 2022. Além das taxas elevadas, que reduzem o número de compradores e encarecem as transações de crédito, a competição estrangeira também desempenha um papel significativo.
Reviravolta no cenário para varejistas
No entanto, em agosto, houve uma mudança de cenário, pelo menos até agora. Empresas como Pão de Açúcar, Magazine Luiza e Lojas Renner agora estão entre as 20 ações com maior valorização no acumulado do mês. O movimento positivo das ações de varejo depende de diversos fatores, incluindo o início de cortes de juros pelo Banco Central dos Estados Unidos, menos turbulência política e fiscal no Brasil e a continuidade de um ambiente econômico mais favorável.
Expectativas para o desempenho das varejistas
Priscila de Araújo, da O3 Capital, destaca que as ações de varejistas podem continuar apresentando um bom desempenho, especialmente com a perspectiva de cortes de juros nos EUA e o ambiente econômico local mais positivo. Mesmo após o início do ciclo de cortes da Selic em agosto de 2023, essas empresas continuaram em declínio, mas agora estão se recuperando.
Impacto das taxas nos Estados Unidos nas varejistas brasileiras
João Daronco, da Suno Research, explica que o desempenho da bolsa brasileira está mais ligado às taxas nos EUA do que às locais. Com a expectativa de um corte de juros nos EUA na próxima reunião do Federal Reserve, a recuperação das varejistas brasileiras está alinhada com as condições internacionais e locais favoráveis.
Retorno de investidores estrangeiros impulsiona varejistas
A melhora no ambiente fiscal do Brasil e a expectativa de cortes de juros nos EUA têm atraído investidores estrangeiros de volta ao mercado brasileiro. Após retirarem R$ 43,3 bilhões da bolsa este ano, o fluxo estrangeiro voltou a ser positivo em julho, indicando um aumento nos investimentos. O retorno de investimentos estrangeiros pode ter um impacto significativo nas ações de varejistas, devido à maior liquidez desses papéis em comparação com outros setores.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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