No Brasil, a crise da falta de transplantes de órgãos persiste, mas o progresso tecnológico é evidente com a realização de transplantes renais.
Será que os porcos resolverão a crise da falta de órgãos para os xenotransplantes em humanos?
Os transplantes interespécies e transplantes xenogênicos têm sido estudados como alternativas viáveis para a escassez de órgãos disponíveis para xenotransplantes em pacientes que aguardam na lista de espera por um órgão compatível.
Progresso Tecnológico no Campo dos Xenotransplantes
O avanço da ciência no campo dos xenotransplantes tem despertado cada vez mais interesse e expectativas. A realização de transplantes interespécies, também conhecidos como transplantes xenogênicos, está se aproximando da realidade, conforme destacado em um artigo científico publicado recentemente na revista Nature.
A importância desse progresso tecnológico é evidente, especialmente diante da crise da falta de órgãos para transplantes. No Brasil, por exemplo, quase 34 mil pessoas aguardam por um rim, de acordo com dados da Associação Brasileira de transplantes de Órgãos (ABTO). A cada ano, milhares de indivíduos entram na lista de espera, enquanto muitos acabam falecendo sem receber o órgão tão necessário.
A busca por soluções para a escassez de órgãos para transplantes já dura décadas. A descoberta de que os suínos poderiam ser doadores ideais trouxe uma nova perspectiva para a área. Além da anatomia dos órgãos dos suínos ser mais compatível com a dos humanos, a disponibilidade desses animais em grande quantidade para consumo facilita a aceitação social desse tipo de transplante.
O nefrologista Álvaro Pacheco e Silva Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca a importância dos transplantes renais e o papel crucial dos xenotransplantes nesse contexto. Ele ressalta que, embora inicialmente tenha sido considerado o uso de órgãos de primatas, a preferência pelos suínos se deve a diversos fatores, incluindo a viabilidade ética e prática.
Uma das grandes vantagens dos suínos como doadores é a possibilidade de atender a diferentes faixas etárias, desde crianças até adultos, graças à variedade de tamanhos de órgãos disponíveis. No entanto, a principal barreira a ser superada nesse processo é a rejeição dos órgãos por parte do organismo humano, devido a diferenças genéticas.
Para contornar esse desafio, tem sido necessário realizar modificações genéticas nos suínos doadores, a fim de tornar seus órgãos mais compatíveis com os receptores humanos. Graças aos avanços da bioengenharia e da tecnologia, o silenciamento de genes incompatíveis tornou-se uma possibilidade real, abrindo caminho para o avanço dos xenotransplantes e a esperança de salvar vidas de forma mais eficaz e segura.
Fonte: © CNN Brasil
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